Escrevo a partir de muitos pressupostos. Talvez, por esta razão, passe longe da velha discussão do que é ou não erotismo e pornografia, conceitos determinados por cada contexto histórico e dado por cada cultura com suas especificidades. Namoradas ou não, as modelos foram fotografadas quase sempre por longos períodos e uma de cada vez. Quase sempre, também, influenciado por algum grande fotógrafo. Com muitos traços do surrealista Man Ray. Quando passei a ter interesse pela fotografia, final da década de 60, quando trabalhava em um laboratório de uma agência de publicidade, ia para a livraria do Globo, na rua da Praia, para ficar horas olhando os poucos livros , na época, sobre o tema. Hoje, tenho uma grande biblioteca. Continua sendo fundamental olhar com que “olhar” tal fotógrafo produz ou produziu seu trabalho. De igual importância a prática de nunca se separar das câmeras e das ruas. Respeitar os acordos estabelecidos com cada uma é a regra básica e elementar.
Produzimos imagens para melhor imaginar!Vilém Flusser