50 anos fotografando Porto Alegre e Mulheres

Recebi uma mensagem de uma pessoa “amiga”, diminuindo a importância do meu trabalho como fotógrafo, tanto nas ruas de POA como em estúdio. Escreveu que “desde que eu tinha virado fotógrafo…..” Respondi a ela que “não tinha virado fotógrafo” e que tinha começado a fotografar a cidade e algumas mulheres desde 1972, quando com o primeiro salário recebido na antiga Rádio Continental, comprei à prestação uma câmera fotográfica Pentax SP1000, na antiga loja Cambial. Tenho até hoje esta câmera. E, comprei, também, uma máquina de escrever portátil, nas lojas Renner. Dois sonhos de todo jornalista começando na profissão. Tinha acabado de sair da cadeia. Nesse tempo era caríssimo ter domínio de todo o processo. Não tínhamos o mundo digital e as redes. Comprava-se o filme, mandava-se revelar e fazer as cópias em papel. Ao final gastava-se uma grana. As fotos de mulheres nuas (namoradas quase sempre) era mais complicado ainda. Tínhamos medo de que mandando para um laboratório profissional ocorresse algum vazamento. No meu caso usava o laboratório de um ou outro amigo. Quase sempre montado no banheiro de serviço do ap que o amigo morava com a família. Lembro que a primeira vez que fotografei uma mulher nua foi a namorada que acabou sendo a mãe da minha filha. Portando não virei fotografo. Tenho 50 anos fotografando POA e mulheres. E sou jornalista e fui professor de jornalismo na Fabico/Ufrgs.

  • Hoje tive a grata satisfação de conhecer o professor Ungaretty, em sua atuação, captando imagens da cidade, como tem feito há mais de 50 anos.
    Me chamou atenção aquele senhor de barba branca, que mesmo numa temperatura de quase 40 graus, ficara exposto ao sol em busca da melhor imagem da placa de bronze que identifica a Galeria Chaves, um dos marcos do centro histórico de PoA. Parabenizo este velho guerreiro, que luta pela preservação da memória da cidade.

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